segunda-feira, 25 de agosto de 2008

O bêbado, a moça e as caveiras

Élcio

Noite quente e uma lua
Que a tudo está a espiar.
Desde o bêbado a rodopiar
A moça na janela (seminua).

No cemitério próximo, as caveiras,
Até ontem tão branquelas
Já hoje, meio banguelas
Estão a sorrir faceiras.

Ao lado as lapides são novas;
Com inquilinos novos que dormem.
Não sentem os vermes que lhes carcomem

As entranhas, as carnes. Postas em larvas!
E sob a mesma lua, a janela alguém fechou;
Quando o bêbado, a moça cortejou.