segunda-feira, 14 de abril de 2008

Dorme amor, dorme!

Elcio

Dorme amor, que eu velo o teu sono.
Serei o Cavaleiro da Triste Figura,
Insano, bravo e, ao mesmo tempo terno.
Dorme silente, sem nenhuma agrura.

Sei que um dia hás de retornar;
Até lá, serão dias de expectativas...
Continentes hei de contornar,
Dormirei com suas nativas.


Buscar-te-ei na rebentação,
Nas espumas das marés,
E perscrutarei cada constelação.

Contudo, enquanto não voltas, sou cão sem dono,
Sou flecha sem arco; sou homem dos cabarés!
Pois, dorme o amor (em mim) e eu velo o teu sono.


Foto: Internet - Desconheco autoria

terça-feira, 8 de abril de 2008

Há lágrima que jamais rola

Élcio

Há lágrima que jamais rola
Em geral isso é por orgulho.
Ela enrijece, vira pedregulho.
Pouco importa; se há marola

Ou não dentro naquele peito.
Não ela não rola; sedimenta.
Olhos rubros, cor de pimenta?
Não senhor, não sou afeito.

E isso, confesso me incomoda
Causa estupefação; estranheza.
Nos dias atuais está fora de moda;

Esconder sentimentos é idéia tola!
Contudo, o pai de Isabella em sua frieza
Ainda cultua a lágrima que jamais rola.


Imagem: Internet - Desconheço autoria.